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FOI ENTÃO QUE ENTENDEU

Foi então que entendeu:
Ver suas covas e arrancar-lhe um sorriso, daqueles sinceros e difíceis de conseguir, era uma meta. Como era importante aquele sorriso, céus!
Não que fosse um esforço colher os sorrisos dela, mas fazê-la sorrir era mais especial do que quando qualquer outra pessoa sorria.
Era diferente, parece que as coisas com ela aconteciam em outros tempos, que não os da realidade, sabe?
Os trejeitos dela percorriam o dia todo sua memória, repetindo as cenas, mais uma vez e, outra e outra. E cada vez a memória vinha viva, quente, como se tivesse acabado de acontecer. Quando é bom é assim: a gente lembra pro sentimento retornar

E
Ele
Retorna
.


Foi então que entendeu:
A coisa era forte. E recíproca.
Os dias passaram a ser mais cheios de cor.

Eram tão diferentes e em suas disparidades completavam-se. Eram a doçura e a segurança em uníssono.
Tudo parecia acontecer para servir de cenário para seus momentos: se chovia, era para que pudessem dançar na rua, se fazia sol, era para que pudessem devorar um pote de sorvete em qualquer praça por aí.
Foi então que entendeu:
As coisas não precisam durar muito para serem as mais intensas da vida.
Não se conheciam desde a infância, foi assim: pá-pum.
E do jeito que veio, diluiu.
Talvez para que o tempo não estragasse as coisas e para que as melhores memórias fossem conservadas para sempre, no ápice desse encontro. Mas uma coisa era certa: nada, nem ninguém, nem coisa alguma, podiam ser mais fortes e ocupar o maior espaço dentro do coração do que aquela relação, tão linda quanto efêmera.
Algo de ruim aconteceu. Tudo acabou. Não sei nem o que desandou esse caminho. De indispensáveis, passaram a ser nada. Da sintonia completa ao conpleto estranhamento.
Foi então que entendeu, sem nunca de fato entender.

"O que é que aconteceu? A gente se dava tão bem..."



 De vez em quando ainda lembra do sorriso sincero e difícil de conseguir. E das covas, e dos sorvetes e das chuvas.

Comentários

Roberta Giraldi disse…
Baseado em fatos reais. Haha*
Lindo!
Marina Cruz disse…
O poeta finge a dor que deveras sente, né... rsrs!
Kamila Silva disse…
É, faz tempo que não apareço aqui, "mea culpa", confesso. Mas, também, me surpreendo cada vez que o faço.
Li os ultimos textos e é tão incrivel como você mistura ambos, a prosa e a poesia, e da ritmo e tudo mais.
Orgulho meu *-*
Amo demais, acima de tudo.
Marina Cruz disse…
Você é meu total orgulho, Mazzini...
Minha admiração por você cresce a cada dia e olha que ela vem sendo construída há quase 20 anos... rs!
Te amo.
É...de uma hora para outra o que era perfeição tão buscada passa a ser a pior das faces corroídas...desprezível e desprezável...

Mas tem razão, algo acontece...

Muito bom!

[]s
Mahx. disse…
Serio Marina, ADOREI!
precisamos conversar mais e mais pelos caminhos PUC-anos hein?

bjoo
Marina Cruz disse…
Obrigada pela visita Rafael e Mahx! Sejam sempre bem vindos para visitarem, darem suas impressões, e recados... É sempre importante!!

Abraços,