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hipocris (chéri) ia

Eu tô vendo gente falando muito e sentindo pouco, eu tô vendo palavras que escapam tortamente perdendo significações. Eu tô vendo, despudoradamente, o doce amargo dos dizeres superficiais... E é tanta palavra bonita, é tanta pompa, tanta emoção que primeiro mostra pra depois ser. Ou nem ser.
Eu vejo, manobras calculáveis de jogos de palavras... Que convencem, que desviam, que mascaram uma realidade que ora dói, ora gera desumanidade que enfim, é dor também. Parabéns, você conseguiu de novo arrumar desculpa esfarrapada pra uma realidade que te assusta. Se sente melhor agora?
Ai que esforço exagerado para evitar esforços maiores, quando sentir cada coisa como é, nua e crua é mais simples e correto. (Quem pode falar a palavra 'correto' com propriedade, enfim?)
Como se a vida tivesse que ser um eterno mar de rosas, cheiroso e... cheio de tubarões lá no fundo. NINGUÉM quer ver os tubarões! Eles estão ali! Tubarões... O que tem eles? Vamos ignorá-los! São apenas tubarões... Isso.
Não lance olhares aos tubarões e espere calmamente que eles escolham você como petisco. NÃO! Você não é saboroso, chéri.
Aí tudo vai ficando normal: convenções, aproximações baseadas em pequenos interesses que não alteram, menos ainda acrescentam algo puramente bom na vida e, não podemos esquecer, dos rodeios mirabolantes com as palavras, que querem dizer tudo e não penetrar em nada. (Palavras podem ser usadas tão bem! Por que as fazemos doentes? Ah, se elas tivessem a oportunidade de dizer o quanto se chateiam quando são proferidas inutilmente... Certamente seria um longo sermão de dar dó!).
E o que eu faço quanto a isso? Escrevo? Não quero que seja bonitinho, menos ainda (ênfase no menos ainda, por favor) m o r a l i s m o .
Sei que é uma luta a coerência. Eu também estou falando de atitudes, enquanto atitudes não tem por principal função, a propriedade de "gerar assunto". E não mesmo . . . Mas tem coisa que não dá pra engolir nem com Prosecco (pra ficar claro o sentido), imagina assim, à seco sem 'Pro' mesmo.

- Vai, me leva pra casa. Eu não vou parar o mundo porque eu quero descer. Gosto de ser humano, junto com todos os conflitos que vem no pacote e, me entender como gente que vê o mundo como um lugar de gente é dádiva. Tô falando meio brava, mas ainda tem um riso aqui no canto.



Comentários

Pessoa número 7 disse…
Três letras, minha querida: wow.